uH!

O blog

Tequila com morango. Simples assim.
Você leva a sério, mas só até certo ponto.

E na ressaca da manhã seguinte.

It'sa me, Mario!

- a seguir, adjetivos aleatórios que deveriam me definir -
1) ruiva, canhota, nortista.
2) publicitária, irônica, nerd.
3) aleatória, roxa, nexialista.
escolha seus preferidos.

Eu gosto do Batman, mas sou mesmo o Coringa.

Fuckin' Perfect.

"Mistreated,
Misplaced, missunderstood
Miss know it, it's all good
It didn't slow me down

Mistaken
Always second guessing
Underestimated
Look, I'm still around"

De tempos em tempos eu acho uma música pra ser a "minha música". Eu coloco ela no mp3 player e a escuto, invariavelmente, à exaustão.

De tempos em tempos, a Pink escreve uma das minhas músicas.
De "Don't let me get me" a "Trouble", de "Just like a pill" a "Who knew", eu sinto a dor dela como se fosse minha e acredito que ela sente a minha dor também.
E sim, a gente cantou "U and ur hand" juntas também. Foi incrível.

Todas essas músicas, coincidentemente, falam de desajuste emocional, de não se encaixar, de não ser boa o suficiente...

Well Miss Alicia, we got that right.

Cansei de ser a deslocada, a errada, a inapta. A pária.
Fui "a esquisita" por mais tempo do que consigo recordar e nunca consegui me acostumar a isso.
Cresci em meio à minha estranheza e aprendi a me aceitar assim. Todo mundo é esquisito. Eu só sou esquisita de uma maneira diferente.

Aí agora eu tenho uma música nova da Pink. E não é Fuckin' perfect, embora se aplique bem ao meu processo de aprendizagem sobre minha esquisitice.

A "minha música" agora é Try. Porque Try me pegou na fila do banco num dia merda, quase tão ruim quanto esse e me fez refletir e quase chorar.
Quase porque eu tava na fila do banco, devo citar. Sou dessas.

"Where there is desire there is gonna be a flame
Where there is a flame someone’s bound to get burned
But just because it burns doesn’t mean you’re gonna die
You gotta get up and try, try, try
Gotta get up and try, try, try
Gotta get up and try, try, try"

Não é sobre isso, sobre nada disso que eu estou passando agora. Não diretamente.
Mas a Pink canta as minhas dores e eu sinto as dela, então fica sendo.

Gotta get up and try, try, try......

todo mundo tem um dom.

Toda menina baiana tem... Alguma coisa que eu não lembro o que é, porque ouvi essa música duas vezes na vida.
Segundo a concepção da minha mãe, todo mundo nasce com algum dom. Alguma coisa - não necessariamente útil ou que traga algum retorno financeiro - que você faça melhor do que todo mundo. Bom, pelo menos melhor do que algumas pessoas.

Não sei. Eu discordo.
Acho que várias pessoas tem dom para mais de uma coisa - ainda, reiterando, que este conjunto específico de habilidades não tenha qualquer utilidade.

Tem gente que é bom em, sei lá, sempre acertar o lado da entrada USB de primeira.
Eu não. Por sinal, acredito piamente que existem várias realidades alternativas por conta do tanto de vezes que eu consigo errar uma entrada USB.

Tem gente que é bom em quebrar coisas. Pode ser rentável, né? Trabalhar no ramo de demolição, não sei.
Ou falar mal dos outros. Taí Sônia Abrão, Leão Lobo e afins.

Mas eu não.
Eu sou boa pra cozinhar. Eu acho. Ou é prática mesmo. O que é talento nato e o que é só prática? Eu aprendi a cozinhar com 9 anos, a escrever (a sério) com 12 e a desenhar com 24. O que isso diz de mim?
Provavelmente que idades múltiplas de 3 me caem bem.

Taí, esse é um dom meu: achar relação nas coisas mais despropositadas. Se eu fosse estadunidense - porque americana eu sou -, poderia ir num daqueles shows de TV em que você tem que relacionar frases a um tema.
Como eu disse: inútil.

Outra coisa que eu sei fazer bem é livre associação de pessoas e coisas. Coisas que parecem com pessoas, pessoas que parecem com pessoas, you name it. Isso já me fez ser bem engraçadona entre amigos, mas me fez confundir o John Cusack, o Keanu Reeves e o Alan Rickman por anos, só reconhecendo este último quando abria a boca, claro.
Vou aproveitar e confessar uma coisa: desde que eu vi o Tom Cruise vestido de Austin Powers, nunca mais consegui nem achar ele bonito nem parar de pensar de que ele é A CARA do Mike Myers.

Groove, baby.

Eu tenho o dom de mudar de assunto do nada, no meio de um texto. E de criar passagens de ritmo tão suaves quando estou discotecando que Gwen Stefani e É o tchan se mesclam.

E eu tenho o dom de não ser convidada pras coisas.
- Inútil - 

É uma coisa que enche o saco do meu juízo desde que eu tenho idade pra entender o conceito de vida social e, mesmo sem entender porque, eu sempre fui o tipo de pessoa corna: a última a saber que algum programa foi marcado/feito/está acontecendo.

Não é realmente um dom, mas nunca foi popular. Pra falar a verdade, nunca tive realmente um grupo de amigos que eu pudesse considerar "minha turma pra sempre, BFF, S2. S2". Sempre me senti meio pária e sempre fui tratada quase que como isso. Mas o dom de não ser convidada chega até nos gatos pingados que eu quero ter por perto.
Isso me irrita profundamente. Mas não mais do que me magoa.

Faltam dois dias para o meu aniversário. Tenho o dom de levar uma vida de merda principalmente às vésperas desse maldito dia em que os costumes mandam eu comemorar estar ficando mais velha. Isso leva a muitas reflexões, como essa. Algumas melhores, outras piores. Mas todas anônimas, visto que a probabilidade de alguém realmente chegar a esse blog é quase nula, dado o interesse que nunca tiveram na minha vida.

Esse ano eu não vou fazer uma idade múltipla de 3. Posso tentar quebrar um paradigma idiota e aprender a fazer algo realmente útil, como aprender a não me importar que a minha companhia não importe pras pessoas com quem eu me importo.
Pelo menos não a ponto de elas me chamarem pros programas dela. Nem que seja só por educação.

Recomeçando.

Tudo novo, de novo.

Não apaguei tudo, só escondi. Textos meus e que só dizem respeito a mim a partir de agora, como sempre deveria ter sido. Ideias soltas, mas passadas, porque já chega delas e já chega da "antiga eu".

O tempo passou. Dois anos ou mais, quem sabe. Cresci além da minha própria altura e das palavras soltas que antes escondia aqui. Escrevo menos, quem sabe, mas talvez escreva melhor o que sinto. Mas só pra quem sabe interpretar. Só pra quem sabe me interpretar.

Ainda sou Tequila com Morango porque certas coisas nunca mudam. Entendo agora que nem tudo é feito pra mudar, embora quase tudo o faça, mesmo que a gente não queira. Ou queira demais.

O tempo passou. Algumas pessoas passaram. Outras pra mais perto, algumas pra mais longe. Certas pessoas já vão tarde.

Mas a Tequila com Morango nunca mudou e é por isso que eu voltei pra cá.

Se eu tivesse uma música, uma música só, pra definir o que eu sinto, eu escolheria só um versinho que diz assim: "se eu soubesse antes o que sei agora, erraria tudo exatamente igual". Todos os meus erros me levaram a isso aqui, me levaram a hoje. E isso é importante. Eu não iria embora antes do final.

E eu nunca mais vou embora antes do final.